sábado, 19 de janeiro de 2013

 
...como é possível que o pirralho me ponha fora de mim desta maneira?!
O meu filho consegue despertar o que de melhor há em mim mas também me mostra uma pessoa que julgava não ser... E isto é bom? Não, não é.
Tenho dias em que acho que vou perder a cabeça de vez e BATER-LHE.
Fomos ao médico porque o petiz coxeava (tinha alegadamente torcido um pé), esperámos na clínica (aproveitei o seguro de saúde, na tentativa de diminuir o tempo de espera do hospital).
Quando entrámos pergunta a Dra.: Então onde é que te dói?
Diz o pequeno com muita segurança: o pé esquerdo.
Então mostra lá, diz a médica.
E o meu filho mostra o pé direito e diz que lhe doi no tornozelo.
A Dra. franze o sobrolho e afirma: põe-te de pé e anda um pouco para eu ver.
O bom do rapazito põe-se de pé e não é que tanto coxeava, como saltitava, como andava normalmente?!
Então onde é que te dói? Pergunta a médica.
Dói-me aqui, apontando para a planta do pé.
Então não era o tornozelo? Pergunto eu constrangida.
"É mãe. Dói-me o "torzelo", diz o meu filho apontando para os dedos do pé.
A médica conclui o seguinte: Mãe, acho que a criança não tem nada partido...
Eu interrompo, envergonhada: Acho que deve ter sido um entorse, que só se manifesta em certas posições. Mas olhe que ele não é de se queixar!!!
Vou receitar-lhe Brufen para as dores, de manhã e à noite. Adeus T... e as melhoras!
E é assim, que esta mãe passou mais uma vergonha (para juntar à coleção)!

Às vezes sentimo-nos assim...

Se Eu Pudesse Trincar a Terra Toda 

Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva ...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja ...

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXI"
Heterónimo de Fernando Pessoa

A felicidade Existe?

 
É verdade que temos a felicidade a nossa disposição e podemos aproveitá-la? Ou será que só dispomos de momentos felizes? A felicidade tem receita? É possível aprender a ser feliz? Estas e outras questões do dia-a-dia é o que me proponho a debater neste blog.

Atingir ou não a felicidade depende do nosso próprio conceito de felicidade. Se se considerar felicidade como um estado de graça em que tudo corre muito bem, em que realizamos tudo aquilo que desejamos, em que não há obstáculos ou dificuldades para ultrapassar então seremos eternos insatisfeitos porque será muito difícil atingir este estado de graça.

Ser feliz será aceitar que a vida não é perfeita tal como eu ou os outros também não somos perfeitos, será aproveitar o melhor que a vida nos dá, os pequenos momentos e gestos, será ter força e coragem de enfrentar os problemas, arranjar a melhor solução possível e ter, igualmente, a mesma força para aceitar que há coisas que nunca terão solução?

Este é um conceito a felicidade que se encontra presente no nosso quotidiano e nos acompanha ao longo da nossa vida, como uma realidade.

Existe fórmula para a felicidade? Não, mas a Psicologia Positiva ensina o caminho através do equilíbrio entre quem você é, o que você tem, e o que você quer ser e ter, ou seja, para alcançar esse equilíbrio, a pessoa precisa conhecer-se: saber identificar o que tem e quais as suas necessidades, isto é, o que é preciso para realização dos seus desejos.

A felicidade tem a ver com atitude e determina traços de personalidade. É a nossa atitude diante da vida que vai definir se somos felizes ou não, independente de onde moramos ou em que situação financeira estamos”.

Fácil? Claro que não. Por isso é que andamos todo o tempo à beira de um ataque de nervos!